Desde a revolução industrial, a sociedade deixou de ser denominada consumidora e passou a ser consumista. A diferença entre esses dois termos está na forma com que as pessoas vêm adquirindo bens: antes isso se dava apenas para a sobrevivência; agora, devido aos obstáculos que o mundo impõe. No auge do desenvolvimento industrial, surgiu um novo conceito sobre a forma de produção, o qual afirmava a necessidade de criar um novo tipo de mercado que priorizava o capital. Ele excluía qualquer forma de originalidade e individualismo, pelos quais o homem vem lutando desde a Renascença, e torna as pessoas escravas dessa nova concepção de consumo.
O rótulo nada mais é que uma nova forma de classificação das pessoas, que leva em conta a aparência, a forma de vestir; ou seja, a “embalagem”. Essa rotulação tem como base a popularidade de uma marca e o quanto foi gasto na sua compra; quanto mais notória aquela for, maior será a quantia paga para adquiri-la, e maior prestígio o indivíduo terá. Embora muitas pessoas sofram com isso, elas acabam contribuindo para que recebam determinada designação, pois, assim como toda a sociedade, também consomem, mas de acordo com seus recursos financeiros. Isso nada mais é do que um ciclo vicioso, no qual as indústrias precisam de seus consumidores para se manter no mercado, porém, assim como o autor disse, as pessoas também carecem destas para se inserirem na sociedade, mesmo que isso signifique negar as suas identidades.
Observando o contexto histórico em que vivemos e a situação da população mundial, é possível identificar uma das principais causas desse processo: o capitalismo. A partir do momento em que o homem passou a priorizar o lucro pessoal, a produção tornou-se muito mais acentuada, e as empresas criaram diversas formas para conseguir vender seus produtos. Uma delas é usar as pessoas como “out-doors”, divulgando sua marca através do próprio produto à venda, negando assim a autenticidade que pagamos para ter. É necessário que esse sistema de mercado seja corrompido e que surja um novo modelo que beneficie toda a sociedade, independente da sua condição social. Para que isso aconteça, as pessoas também precisam colaborar; elas têm que se conscientizar das circunstâncias em que estão e dos seus direitos e se mobilizar para mudar esse quadro.
Blogs nos quais comentei:
http://cmilafernandes.blogspot.com/
16 de maio de 2010 às 17:41
Bem colocada a questão de que o prestígio de certa marca bem como o preço desta serve para rotularmos, principlalmente financeiramente. Concordo quando dizes que perdemos a nossa autenticidade ao utilizar uma marca apenas pelo seu prestígio financeiro, no entanto me pergunto se relmente perdemos a nossa identidade, a nossa essência, quando as consumimos. Será que não apenas damos a elas o trabalho de falarem pela gente, perdendo assim apenas a autenticidade?
12 de junho de 2010 às 11:41
Sophia,
Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo Blog e pelas considerações consistentes na atividade sobre consumismo. Entre os argumentos que trouxestes, quero tecer comentários sobre um deles, o que diz respeito ao valor estipulado pelo consumo. Tu trazes que o rótulo acaba classificando as pessoas e eu diria, no sentido de complementar a tua idéia, que ele acaba gerando a diferenciação que se reflete na desigualdade social. Hoje tornou-se uma necessidade o ato de consumir. Quem não consome está fora do sistema capitalista e não contribuir para esse sistema significa estar à margem da sociedade, excluídos de quaisquer relações sociais. Não estar incluso é não pertencer à sociedade, portanto, não existir perante a sociedade. Sendo assim, o consumismo se tornou uma identidade social que é compartilhada pelos indivíduos incluídos, os cidadãos. Essa lógica nos foi imposta e aceita como a única possível, viável. Logo, somos totalmente coniventes com essa proposta e nem a criticamos, haja vista que a mesma é mantida pelos cidadãos de alto poder aquisitivo. À quem restaria mudar essa realidade? Os excluídos do sistema? Como eles mudariam, sendo que estes não possuem poder, não participam das decisões, não possuem voz ativa na sociedade, nem são considerados cidadãos? Á quem resta realizar uma mudança? Será que esta é possível? Como?
Trago essas questões para continuarmos a reflexão.
Um beijo.